Como eles próprios dizem, a definição no dicionário não é lá das melhores: mutreta, tramoia, armação, cambalacho. O Maracutaia é um grupo de música percussiva especializado em maracatu de baque virado. Com um repertório que se utiliza das mais variadas referências afro-brasileiras, o grupo possui também um bloco de carnaval e conta atualmente com 11 músicos (voz e percussão) e mais seis dançarinas.

O produtor cultural Thiago DiDeus conta que o Maracutaia surgiu a partir da reunião de um grupo de amigos, que gostava de pesquisar ritmos regionais brasileiros. Foco de resistência cultural, o grupo se firmou no Rio, independentemente de trabalhar com um ritmo oriundo de Pernambuco, estado natal de alguns de seus integrantes. Para Alexandre Garnizé, diretor musical do Maracutaia, quando se trata da cultura praticada em comunidades, o caráter de resistência é marca importante. Mas, adverte, trata-se de uma resistência em que se depõem as armas: “A música é nossa arma!”, brada orgulhoso.

Momento muito aguardado, os ensaios do Tangolomango 2011 e o festival em si são vistos como oportunidade única para um intercâmbio entre manifestações afro-brasileiras e afroportenhas pelos dois percussionistas. E, quando se trata de estabelecer contato com os hermanos, a rivalidade futebolística e os estereótipos culturais que assolam tanto Rio quanto Buenos Aires são deixados de lado. “Somos dois países super-ricos culturalmente”, diz Garnizé. E DiDeus completa: “Estamos um bocado ansiosos por esses ensaios. Somos um grupo grande… sabemos que o tempo é curto, mas tenho certeza de que muitas ideias boas vão sair dessa mistureba cultural.”

 

“Tenho certeza de que muitas ideias boas vão sair dessa mistureba cultural…”

~ Thiago DiDeus, Maracutaia

 
Além das toadas de maracatu, o grupo – que pode, dependendo da situação, se apresentar em formação acústica de bloco de rua ou em formação para apresentações de palco – também toca repertório próprio em shows. Inspirados também pelo coco e outros ritmos de expressão afro, o grupo busca uma aproximação com a batida funk e suas vertentes.

 

Histórico

O ritmo é pernambucano de raiz. Mas a ligação com o Rio é tão forte que o grupo recentemente levou o peso de seus tambores para a manifestação Ocupa Rio, no Centro da capital fluminense. O Maracutaia é assim: manifestação cultural de resistência, como bem define seu diretor musical Alexandre Garnizé.

O grupo iniciou suas atividades ainda em 2005, nos primeiros encontros abertos no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Hoje, além de ensaios quinzenais na Lapa, o Maracutaia se apresenta em shows e festivais durante todo o ano, e ainda reserva energias para os festejos do carnaval carioca.

 

Ficha técnica

Direção musical: Alexandre Garnizé

Produção: Thiago DiDeus

Voz: Miguel Jorge

Percussão: Fabio Maciel, Karen Tribuzy, Leon Miguel, Leonardo Quintella, Lina Miguel, Nana Orlandi, Thiago DiDeus, Pedro Campos, Pedro Henrique e Alexandre Garnizé

Dança: Lais Salgueiro, Luiza Dias, Morgana Maselli, Priscila Bittencout, Stella Tardin e Suel Biette.

 

Fale com o grupo

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palavras-chaves: 2011, maracatu, Maracutaia, música + categoria: textos