Multiplicidade em cena || Intrépida Trupe

A conversa com Beth Martins, diretora artística e uma das fundadoras da Intrépida Trupe, passeia por diversos aspectos, percorrendo a longa trajetória do grupo. Comemorando 25 anos em 2011, a Intrépida Trupe acumula pelo menos 12 espetáculos montados e revisitados pelo seu elenco fluido: “Eu não digo que tem uma Intrépida, são muitas Intrépidas nesses 25 anos.” E continua: “É muito intenso, são muitas trocas. O Eugênio Barba [autor teatral] fala que 20 anos na vida de um grupo são 60 na vida de uma pessoa. Entao a gente já está com 70, quase 80 anos.”

Trocas entre áreas diversas estão na base de criação da Intrépida. Beth conta que desde o começo havia esse respeito e valorização da diferença: são bailarinos, artistas plásticos, atores e gente com todo tipo de bagagem circense que foi somando e gerando o formato dos espetáculos. Esse foco na multiplicidade reflete uma das características do Tangolomango que salta aos olhos de Beth, um espaço de trocas que “abraça as linguagens cênicas de uma forma mais aberta.”
 

“O fato de existir um foco no intercâmbio latino-americano é muito interessante, porque a gente tem uma riqueza cultural muito grande na América do Sul, na América Central, e a gente desconhece. Muitas vezes as nossas referências são europeias e norte-americanas.”

 

A Intrépida Trupe atual é composta por 13 jovens entre 18 e 25 anos, uma formação que se estabeleceu em 2009. Juntos, encenaram diversos trabalhos do repertório elaborado nos anos 80 e menos conhecido do público atual. Mais recentemente, estrearam o inédito Preciosa Idade, cujo título se deve justamente a este momento de transição para a vida adulta.

Demonstrando a versatilidade plural do grupo, uma outra Intrépida, composta por oito bailarinos mais maduros e ativos há mais tempo, acaba de se apresentar na capital da Bélgica, dentro do festival Europalia. Não fosse pouco, o grupo produz vídeos, forma crianças, jovens e adultos há 15 anos, participa de projetos sociais e avisa que, logo após o Tangolomango, fará espetáculos no Arpoador, Rio de Janeiro, ao ar livre.

Histórico

A Intrépida Trupe nasceu em julho de 1986 e em seguida integrou a missão cultural brasileira na Copa do Mundo no México, no mesmo ano. Seus integrantes são ex-alunos da Escola Nacional de Circo e artistas provenientes de grupos de dança, teatro, música e artes plásticas que surgiram na efervescência cultural da década de 1980.

Desde a sua fundação, o grupo desenvolve uma linguagem própria que une circo, teatro, música e dança. De forma vigorosa, lírica e irreverente vem contribuindo para o enriquecimento das artes cênicas no Brasil e no exterior. Em 2011, ao completar 25 anos, a Intrépida Trupe é referência e sinônimo de circo contemporâneo, não só por seu pioneirismo e inovação estética, mas também por seu domínio e transmissão de saberes técnico e criativo, além da multiplicidade de suas ações artísticas e sociais.
 

Ficha técnica

Sócios-diretores: Beth Martins, Claudio Baltar, Renato Linhares, Valéria Martins, Vanda Jacques

Produção executiva e administração: Cida de Souza, Claudio Baltar

Assistente de produção: Bia Sant’Anna

Rigger e contra-regra: Felipe Nando, Índio, Marcos Babú, Michel Ribeiro

Boy de produção: Rafael Martins

Elenco (variável): Diego Sanzana, Beth Martins, Caio Guimarães, Carolina Cony, Fernanda Carnaval, Flavia Costa, Guilherme Lazari, Iara Marques, Joana Nicioli, João Paulo Almeida, Juliana Medella, Leandro Villany, Leonardo Senna, Marina Breichaft, Nina Harper, Paulo Mazzoni, Phelipe Young, Renato Linhares, Tito Sant’Anna, Vanda Jacques

Fale com o grupo

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